segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Seduce my mind and you can have my body! But not...


Seria lindo se fosse essa a sequência lógica de uma conquista, mas tenho presenciado cada vez mais paixonites por acéfalos do que em outros tempos nem tão distantes assim. A impressão que tenho é que a inteligência, boa educação, cordialidade e todos os outros atributos parecidos têm se tornado sinônimo de propensão a um relacionamento chato, cheio de cobranças, muito racionalismo e pouco sentimento.

Um sentimento forte que pode ganhar corpo e se tornar ainda mais intenso, uma vez que se tenha uma convivência harmônica, coesa, em que ambos possam expressar sua opinião e debaterem a respeito de qualquer assunto sem que isso cause algum tipo de desconforto ou acusação (porque duas pessoas inteligentes saberiam fazer isso sem nenhum tipo de crise de ciúmes, ou insinuações maldosas e desnecessárias), tem dado lugar ao frenesi do instinto mais selvagem que o ser humano pode ter, em querer apenas ter alguns momentos de intimidade e depois simplesmente virar as costas para ela sem o menor pudor por si mesmo e pelo outro. Como se o homem (ser humano) fosse um ser irracional, desprovido de sentimento, pensamento ou qualquer outra coisa assim.

Se a aparência física for interessante pouco importa o que tem por dentro, por mais retrógrado que possa parecer esse comentário, é uma realidade da qual eu sinceramente estou farto.  Parece que deixou de ser bom você ser inteligente, ter senso de humor, mostrar que tem opinião própria sobre assuntos alhures. Parece que o que mais importa hoje em um relacionamento é só um bom sexo de vez em quando, pouco contato durante a semana, seja pessoalmente ou por telefone (pra evitar a rotina) pouca conversa, e uma certa dose de adrenalina, de fazer coisas inusitadas, e até mesmo proibidas. Acho válido, mas isso tudo perde o sentido quando o único assunto que se aborda é o porque  que você tá de papo com a fulana no facebook, ou porque você fica olhando pra beltrana quando ela está por perto, e qualquer outra futilidade relacionada a falta do que conversar com a pessoa.

Isso acontece porque a nossa geração desenvolveu um mecanismo curioso de relacionamento, 8 ou 80 literalmente, ou casa rápido ou simplesmente se fecha para relacionamentos de verdade. É óbvio que toda generalização é burra e o que vou falar aqui não se aplica a muita gente, mas eu tenho visto aos baldes pessoas que deixaram de se permitir amar simplesmente porque conheceram um traste, que parecia valer a pena, se envolveram, perderam o relacionamento por motivos diversos e sofreram com isso. Agora me responda com toda a sua sinceridade, desde quando você passou a ter obrigação de acertar sempre em suas escolhas? Outra coisa, o fato de ter errado uma vez quer dizer que você vai errar sempre? Por causa de alguém que te fez sofrer você nunca mais vai deixar alguém se aproximar de você com a intenção de tentar te fazer feliz? E porque você sofreu em um relacionamento quer dizer que você perdeu com isso as chances de ser feliz em toda a sua vida afetiva?

Pois é, todos passamos por experiências que nos fazem amadurecer, e sempre contamos para os outros sobre nossas façanhas e enchemos a boca pra falar o quanto sofremos e fomos fortes  suficiente para sair daquela situação, mas eu mesmo me questiono sobre isso, é realmente força eu me fechar? Minha força consiste no fato de eu abandonar minha coragem e minha ousadia? Nossos pais especialmente sempre nos falam que nos dão conselho porque tem experiência e não querem que a gente sofra o que eles sofreram, mas convenhamos, o que nós queremos contar para nossos filhos? Que demos ouvidos a 100% do que diziam nossos pais e não experimentamos a vida? Não tentamos e por isso não erramos nem acertamos? É isso que queremos? Mostrar para a próxima geração que fomos covardes e assistimos a vida passar diante dos nossos olhos?


Quero encerrar esse texto imaginando que estou olhando dentro dos seus olhos e dizendo pra você, que essa pessoa que agora está pedindo pra entrar na sua vida, provavelmente não tenha nada haver com seu passado, e é ainda mais provável que ela mereça uma chance! Se permita viver, se permita sentir, se permita... se permita! Se deixe apaixonar por alguém com quem você goste de conversar, vai chegar uma hora que é só isso que você vai poder fazer. Tenha suas próprias experiências e as viva intensamente, amanhã vai ser tarde demais.

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