quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Sensações

Dizem que os olhos são o espelho da alma, o que podemos enxergar ao olhar nos olhos de alguém? E se gostamos desse alguém? Uma troca de olhares pode mostrar nossas vulnerabilidades? Eu acho que o olhar é uma das ferramentas mais interessantes que temos a nosso favor. Ele tem a singular capacidade de dizer muito sem pronunciar uma palavra sequer. Sente e se faz sentir.

Quantas vezes já ouvimos ou até mesmo pronunciamos frases como: “olhe nos meus olhos e sinta...”,”seu olhar me diz..”,” seus olhos me mostram...” e tantas outras... todas demonstrando sensações e eu posso dizer que as sinto, nunca tive problema algum em demonstrar o que sinto, mesmo sabem que existem seres humanos que se aproveitam do que sabem a nosso respeito para nos fazerem mau, eu não costumo esconder meus sentimentos.

Quando olhei nos seus olhos: senti pulsos quase frenéticos de milhões de palavras que queriam sair pelos meus lábios e lhe dizer tudo que eu estava sentindo ali, olhando nos seus olhos. Eu era capaz de sentir seus batimentos cardíacos através da sua íris, e com isso sentia que havia reciprocidade, havia uma troca de afeto, carinho, respeito e lealdade que está acima de qualquer formalidade ou convenção que precisemos obedecer nesse momento a fim de manter vivo determinados princípios que nos serão úteis para a vida toda que temos pela frente. Seus olhos podiam me mostrar com clareza a alegria de um reencontro quase que ao acaso, nada planejado, mas aproveitado de uma maneira que só nós entendemos o quanto foi bom.

Quando toquei suas mãos: eu não tinha a capacidade de dizer com clareza qual a temperatura em que ela se encontrava, mas eu posso jurar que senti como se os nossos sentidos mais primitivos quisessem que aquelas mãos se entrelaçassem e assim permanecessem até que o ar nos faltasse. Um despretensioso acompanhando o que dizíamos volta e meia fazia com que nossas mãos se tocassem, e tocando-se, novamente eu podia sentir pela ponta dos seus dedos o calor do seu coração irradiando e pedindo o carinho, o gesto, a ação ou qualquer outra coisa que a fizesse perceber que eu também queria exatamente o que você quer.

Quando te abracei: Por alguns segundos eu pude fechar os olhos e nos imaginar em um lugar completamente diferente, singular e nosso, onde aquele abraço pudesse continuar sem nenhum tipo de preocupação com o tempo, com as pessoas ao redor, com o movimento das estrelas ou com a possibilidade de chuva, fechando os olhos e sentindo o seu coração perto do meu eu vi que nossos batimentos cardíacos quase que sincronizaram em um pulso descompassado, forte, quente, vibrante e apaixonado, como se eles aguardassem por aquele momento muito antes de nos conhecermos, como se eles quisessem ser um do outro desde o dia em que imaginaram a possibilidade de nos conhecermos.

Quando meus lábios tocaram os seus: foi como se o mundo tivesse parado de girar, como se nada ao nosso redor importasse, tive a sensação de olhar ao redor e não enxergar uma viva alma sequer, uma sensação de liberdade, de libertar um sentimento nobre que muitas vezes prendemos porque temos medo que estejamos criando um monstro que vai acabar nos devorando. Mas sim, nesse momento eu senti que tudo que valia pena estava ali, diante de mim, diante dos meus lábios que a queriam.


Quando te dei tchau: tentei não olhar pra traz, porque eu queria sair dali com essa sensação, e eu sabia que se olhasse pra traz voltaria correndo, a faria parar, eu te abraçaria, te beijaria novamente como se não houvesse amanha e a faria pagar mico no meio da praça... mas eu não olhei pra traz, e fiquei com a deliciosa sensação de “quero mais”.