quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Adeus ano velho...

Lembro que no fim do ano passado em um dia parecido como hoje (pouco antes do dia 30/12), eu estava na ilha de Superaguí, debaixo de uma chuva relativamente chata, mas acompanhado de amigos especialmente importantes pensando a respeito do ano de 2012, meu início no teatro e o quanto minha vida tinha mudado desde então. Foi um ano em que eu tive muitos problemas, mas, ao mesmo tempo as coisas boas acabaram compensando toda dificuldade que vivi durante ano em questão, e fizeram com que a balança pesasse mais para o bem.

Hoje a situação é diferente em muitos aspectos. Estou em casa, faz um calor fora do normal em Curitiba, estou feliz por ter passado dois dias de natal extremamente felizes, gratificantes e bem aproveitados com minha família e estou aproveitando pra fazer um balanço do que foi minha vida em 2013.

Eu não sou uma pessoa supersticiosa, mas acabei criando uma expectativa relativamente grande para 2013 em função justamente do numero 13. É o dia do meu aniversário, meu ultimo ano antes de fazer 30 anos, meu segundo ano aprendendo a fazer o que amo e certamente um ano em que as coisas começariam a tomar rumos profissionalmente falando. Confesso que criei a expectativa de encontrar um amor também, mas esse foi mais um ano frustrado nesse aspecto (até então).

De janeiro a abril eu vivi o teatro com uma intensidade muito acima do normal. O começo do ano veio com muitas oportunidades. Fazer duas peças no curso de férias do Lala, logo em seguida fazer 4 peças no Festival de Curitiba, sendo uma delas com a direção de um dos artistas que eu mais admiro desde a primeira vez que o vi no palco. Eu mergulhei de cabeça e as pessoas que estiveram ao meu lado durante esses processos viram o quanto eu queria fazer, o quanto me alegrava fazer aquilo, mas isso exigi de mim mais do que eu podia dar estando trabalhando em outra empresa, e as dificuldades para conciliar logo apareceram, e a minha ascensão no teatro se deu com a mesma velocidade com que comecei a ter dificuldades em meu outro ofício. E durante esse período veio minha primeira desilusão no sentido amoroso, na tentativa de retomar as investidas em um amor praticamente platônico que eu desenvolvi em 2012 eu acabei me machucando com as negativas, acabei me envolvendo com uma outra pessoa que ainda tinha uma situação não resolvida e eu acabei saindo dela antes de acabar complicando a minha vida e a dela.

Maio chegou cheio de surpresas, e elas se estenderam até agosto, acabei me aproximando de uma pessoa que eu já conhecia de vista, e de maneira relativamente inesperada começamos a nos envolver, começamos a namorar inclusive, mas o relacionamento acabou não tendo longevidade maior que 3 meses porque ambos tínhamos problemas sérios com o tempo disponível para empenhar um pelo outro, as necessidades profissionais de ambos acabou falando mais alto. Falta de amor? Não sei se foi isso,poderíamos ter tentado mais um pouco, mas eu acredito que as coisas acontecem como tem que acontecer, nada dura mais que o suficiente para se tornar inesquecível. Paralelo a isso minha vida no teatro continuou em franco desenvolvimento, algumas das peças que eu havia feito continuaram em cartaz, logo eu comecei a ser dirigido por um dos diretores mais brilhantes que estão no Teatro Lala hoje ( em duas peças diferentes) e também fui convidado a fazer parte do elenco de uma peça que sou fã há muitos anos, outro sonho realizado. Desde o começo do ano com a minha família as coisas permaneceram bem parecidas, com os mesmo problemas, as mesmas coisas boas, as mesmas pessoas com quem eu sempre pude e continuo podendo contar, e com a mesma distância de alguns.  Mas durante esse período tive que tomar uma decisão bem importante, o trabalho em uma das peças do teatro começou a exigir um tempo um pouco maior de mim e precisei sair da empresa onde estava para me dedicar somente ao teatro (o que foi ótimo por um lado, mas financeiramente desastroso).

Eis que chegou o último quadrimestre do ano, mais uma vez as coisas aconteceram de forma absolutamente fantásticas em relação ao teatro, comecei um processo com outro diretor absolutamente genial, que me proporcionou um trabalho que mexeu com minha vida em muitos sentidos, ao mesmo tempo em que fui convidado para fazer parte de uma outra peça, que tem me feito aprender muito sobre comédia, que me fez conhecer pessoas maravilhosas, amigos sinceros, pessoas a quem admirar e outras a quem amar. Permaneci com dedicação exclusiva ao teatro, o que continuou sendo um lindo sonho realizado, mas financeiramente inviável. Algumas contas atrasadas, a impossibilidade financeira de se quer dar um presente de natal para minha mãe, minha avó e minha irmã por exemplo, falta de condições de fazer um passeio, uma viagem ou qualquer coisa assim, e por mais superfulo que isso possa parecer para muitos, para alguém que tem a família em primeiro lugar como eu, isso me fez sofrer bastante. Eu sou o tipo de pessoa que se regozija ao ver o sorriso de alguém que ama acompanhado de um abraço e palavras de agradecimento mediante simples gestos.


Mas eu fiz uma coisa muito errada esse ano, eu passei muito mais tempo enfatizando os problemas que eu tive do que reconhecendo as coisas boas que me aconteceram, e isso me fez passar o ano de 2013 chorando muito mais do que sorrindo. É claro que eu esperava que esse ano me trouxesse plenitude de realizações, afinal é uma lei universal que colhamos tudo que plantarmos, mas isso não aconteceu, as coisas maravilhosas que me aconteceram profissionalmente não me trouxeram condições mínimas se quer para sobreviver dos meus próprios rendimentos, e a expectativa de alguns de que eu fizesse de graça um trabalho para o qual eu estudei muito para saber fazer bem me frustrou ainda mais, me fez deixar de admirar e de acreditar em alguns e logicamente me fez rever conceitos e prioridades.

Esse último semestre também trouxe surpresas para o meu coração, passar a admirar alguém e querer muito esse alguém acabou me fazendo parar pra pensar em coisas que eu estava fazendo que estavam me deixando amargo. Eu sei que tenho problemas, e que muitos deles não vão se resolver de hoje pra’manhã,  mas eles não podem fazer eu deixar de ver e reconhecer as coisas boas que acontecem comigo dia após dia comigo, não podem tirar o brilho dos meus olhos nem a minha vontade de sorrir, e é sempre quando estamos com o coração inflamado que começamos a perceber essas coisas.

Eu tenho um lado muito racional, e esse lado passou o ano inteiro me cobrando, me dizendo que eu fiz escolhas erradas, que eu plantei sementes boas em terra ruim, que eu fiz demais por quem não estava disposto a retribuir na mesma medida. Isso pode até fazer sentido, mas eu nunca começo a fazer algo pensando só na recompensa que eu posso eventualmente receber, e mesmo que eu não seja recompensado ou que o retorno pareça injusto de certa forma, eu sei que vou poder deitar minha cabeça no travesseiro com a consciência limpa, sabendo que fiz a coisa certa.

E 2014? Bem... diferente do último réveillon eu não vou me prometer nada, também não vou criar grandes expectativas. Vou apenas fazer de tudo para que eu continue plantando sementes boas, escolher melhor as terras onde plantá-las, e torcer para que meu coração possa enfim conseguir amar e ser amado como ele precisa.

A vocês que me concederam a honra de acompanhar meus textos e, cada um do seu jeito, estiveram comigo, eu deixo aqui meu muito obrigado. De todo meu coração! Saber que dividir o que penso e sinto com vocês pôde ter sido útil de qualquer forma me faz um ser humano mais feliz. Se alguém quiser dividir isso comigo saiba que sou todo ouvidos.


Que 2014 traga muito amor e muitas realizações a vocês, que vocês nunca deixem de acreditar no amor de verdade. Ele existe, não tenha medo de se entregar, nem de se envolver, o que você sofreu no seu passado não vai te impedir de ser feliz hoje se você assim desejar. Feliz ano novo!

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Use your mind, save your heart!

E aí volta e meia vem a vida e nos surpreende novamente. Mas dessa vez posso dize que tem o feito de maneira diferente e deveras especial.

É incrível como soluções simples estão sempre muito próximas a nós, mas nós sempre teimamos em procurá-las nos lugares mais distantes. Quantas não foram as vezes que eu presenciei pessoas morrerem de sede no deserto, procurando um oásis no horizonte sendo que havia um poço ao seu lado. E quanto não foi o tempo que eu perdi observando pessoas fazerem isso sem buscar da maneira certa minha própria água.

Sempre que agimos com ansiedade e imprudência, acabamos por tomar atitudes que sabotam nossos próprios anseios, e andam contra aquilo que realmente queremos. Se queremos muito alguma coisa e agimos somente por impulso e sem nenhum tipo de planejamento no que se faz, travamos uma batalha que prejudica uma única pessoa. Nós mesmos! Sim, porque quando isso acontece imediatamente o nosso consciente tenta nos ajudar nos dando bons conselhos, nos mandando manter a calma, enquanto nosso subconsciente nos prejudica, minando nossos pensamentos com coisas do tipo: vai logo, não perca sua chance, pode ser tarde demais se vc esperar muito...
 
Por isso eu peço um favor, encarecidamente. Não se deixe levar somente pelos seus instintos mais primitivos. Você é dotado de um cérebro que possui uma linda capacidade chamada RACIOCÍNIO. E a partir do momento que você aliar sua capacidade de pensar, raciocinar, com o seu coração ai você aprenderá a controlá-lo. Não to dizendo com isso que você vai se tornar uma pessoa fria, calculista e premeditada, quem acompanha meus textos sabe que eu sou um defensor ávido das causas do coração, e sim, acredito no amor, acredito no envolvimento, acredito na reciprocidade e que duas pessoas podem colocar seus mundos em um só e serem felizes juntos. Mas não se consegue isso agindo somente com o coração.

Sejamos práticos, vamos aos exemplos: O seu coração vai começar a bater mais forte quando você olhar para aquela pessoa que te desperta interesse, essa “arritmia” que lhe acontece geralmente vem acompanhada de alguns conselhos besta dados por seu coração , do tipo: ”Vai lá, chega junto, fala o que você sente, faça isso agora, imediatamente, antes que seja tarde demais”. Esse conselho não é de todo ruim, mas como eu havia falado acima, se você colocar um pouco de raciocínio nisso, você vai ver que sim, você vai acabar falando pra essa pessoa que lhe acelera os batimento sobre o que sente, mas de forma sensata, no momento certo, depois de se aproximar, de perceber se há reciprocidade, depois de algumas trocas de olhares, de alguns toques ( e o toque é muito importante, porque esse sim deixa o coração totalmente descompassado).

Agir da maneira certa e no momento certo vai transmitir uma imagem de segurança, consciência e de profundo interesse. O que pode existir de mais romântico do que você saber que alguém conteve seus impulsos tolos porque estava pensando em você? Em não te assustar, em conseguir ser pra você o amor que você precisava! Serio mesmo, é lindo quando sabemos que tem alguém que gosta de nós se dispõe a corrigir seus comportamentos errôneos somente para conseguir nos amar e com isso acabar recebendo o mesmo de nós.


Eu sempre acreditei (baseado nas minhas próprias experiências) que um relacionamento passa a ter chances de dar certo quando ambos lutam para aliar mente e coração. Não to dizendo que devemos ser diferente de nós mesmo, que precisamos ser alguém que não somos, muito pelo contrário, se conseguirmos colocar sensatez em nossos sentimentos temos grandes chances de entregar a quem amamos aquilo que temos de melhor. Por isso eu termino esse texto repetindo seu título. Use sua mente, salve seu coração! J

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Esperança ... ?

Tenho andado aturdido com as coisas que vem acontecendo na minha vida. Infelizmente só tenho me dado conta do quanto minha cabeça está nesse estado quando tento escrever, faz algum tempo que eu começo a discorrer sobre qualquer assunto e me perco no meio do assunto, sintomas quase que disléxicos, e isso tem acontecido com certa frequência infelizmente.

Acho que a razão disso sejam as confusões onde minha mente está inserida, minha vida na arte passando por momentos de crescimento, ao mesmo tempo em que passa por instabilidades, momentos de crise e evolução fundidos em um só e acontecendo exatamente no mesmo instante.
No que diz respeito ao meu coração, ai a coisa complica um pouco mais, seria muito injusto da minha parte dizer que esse período que já completa quase dois anos desde o ultimo relacionamento longo que tive não encontrei ninguém interessante. Pelo contrario, por vezes (poucas vezes) cheguei a ter envolvimentos afetivos com pessoas incríveis, que me trouxeram momentos lindos, mas com nenhuma dessas pessoas consegui engrenar um relacionamento, acho que pelo motivo de que nenhuma dessas pessoas conseguiu mexer mesmo com meu coração. Sei que a culpa pode ser (e talvez tenha sido mesmo) minha, eu poderia ter me permitido mais, tentado, insistido, deixado coisas acontecerem, mas não me senti a vontade para tal, não me senti tocado de fato.

Acho que talvez seja porque eu vivo a margem de um inconsciente coletivo que diz que, alguém da minha idade e pertencente a classe social que eu pertenço tem a “obrigação” de estar com a vida financeira bem encaminhada, casado (ou próximo disso) pensando em ter filhos e etc etc etc...  Porque isso é tão certo ao ponto de qualquer coisa que aconteça diferente disso merecer repúdio e julgamentos? Onde está o verdadeiro livre arbítrio se não podemos escolher o que de fato queremos para nossa vida?

Não, eu não quero ser um rebelde sem causa muito menos pregar ideologias vans e sem fundamento, quero apenas poder viver daquilo que escolhi viver e conseguir construir a minha vida conforme eu acho que me fará bem. Ao mesmo tempo que quero encontrar alguém que queira me amar pelo que eu sou, e não porque acha que eu posso oferecer estabilidade financeira, ou porque eu não a farei passar vergonha quando ela me apresentar aos seus pais.

O maior receio que eu tenho enfrentado ultimamente quando tento me aproximar de quem estou gostando começa pela realidade vivida por nós, são universos diferentes e que provavelmente não se encontrariam se ambos não tivessem uma paixão em comum. Sei que não tenho propriedade o suficiente para julgar e, com o meu julgamento definir se teríamos um relacionamento bom, ruim, curto, duradouro, enfim... eu não sei as respostas, mas as perguntas que me faço me deixam sempre muito receoso, e o fato de eu ainda ter alguns problemas com rejeição, não gozar de toda auto confiança de que preciso e, especialmente por não gostar de ouvir um não, ainda não falei a ela abertamente o que sinto ou o que quero, com isso não consigo ter a menor noção se existe reciprocidade, interesse, atração ou qualquer outra coisa parecida.

Passo o tempo tentando criar meios que me aproximem, inventando motivos aleatórios para ter o que conversar só pra ver se pesco qualquer informação que me dê o mínimo de segurança pra eu lhe falar abertamente.


Se isso está certo ou errado? Não sei, não sei mesmo! Mas por hora não vejo alternativa a não ser deixar o tempo fazer todos os reparos que precisam acontecer, e até que isso aconteça eu torço para que as coisas ao meu redor não acabem por me engolir, tirarem minha paz e minha vontade de aprender e acertar. A esperança que me trouxe até aqui é a mesma que permeia meus pensamentos, que me faz gostar da minha vida mesmo cheia de imperfeições e problemas porque sei que as coisas vão dar certo e que eu vou voltar a passar a maior parte do tempo sorrindo a chorar. Quem sabe seja essa esperança que me faça sonhar, sonhar o mesmo sonho repetidas noites, repetidas vezes. Avante!