quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Tão Perto e Tão Longe


Uma sensação estranha de parecer conhecer uma pessoa há uns 20 anos, e você conversa com ela a menos de 20 dias. A possibilidade de confabular sobre assuntos alhures durante o tempo que você estiver acordado é uma dádiva alcançada graças aos tempos de redes sócias e internet. De outra maneira levaríamos muito mais tempo para conhecer as pessoas e descobrir nossas semelhanças e diferenças. Mas graças ao avanço das tecnologias de comunicação podemos desenvolver laços afetivos muito mais rápido.

Isso não quer dizer que sentimos menos necessidade de estarmos perto da pessoa, pelo contrario! Nos dá ainda mais vontade de vê-la e revê-la pra poder trazer pra vida real os laços que têm sido criados no ambiente virtual. Nada substitui um toque, um abraço, o olho no olho, uma conversa num banco de praça ou numa mesa de bar, a chance de você poder tocar na pessoa, de poder perceber reações, de escutar uma palavra dita sem a possibilidade da correção ortográfica do Microsoft Word, aquela palavra que nos faz rir inesperadamente de um assunto que estava sério, e muda completamente o rumo da prosa. Sim, os contatos virtuais só potencializam a vontade de desenvolver uma amizade e um contato ainda mais forte pessoalmente.

Trona-se ainda mais estranha essa sensação quando desenvolvemos um afeto tão grande por uma pessoa que tivemos a chance de ver pessoalmente uma vez só, há pouco mais de 20 dias, e desde então você sente uma necessidade eminente de conversar com essa pessoa, se passa um dia sem dizer oi, sem ficar pelo menos 20 minutos contando como foi seu dia e escutando o mesmo dela, fica um buraco no seu dia.

São coisas assim que nos fazem refletir o quanto somos capazes de nos apegar ao ser humano, são essas as situações que nos convencem das maneiras mais inusitadas de que o ser humano não nasceu pra viver sozinho, de que precisamos um do outro, de que temos a necessidade de conversar, de nos relacionar com as pessoas das mais diversas maneiras.

A cada dia fico mais espantado com o quanto podemos aprender com as pessoas, e é ainda mais incrível saber que sim, podemos aprender com pessoas que não obedecem nenhuma convenção, regra, biotipo, estereótipos ou qualquer outra conotação que remeta necessariamente a um professor, mestre, monge guru ou sei lá mais o que. Podemos aprender com pessoas mais velhas, mais novas, mais altas, mais baixas, pessoas bonitas, pessoas não tão bonitas, pessoas felizes, pessoas infelizes, podemos aprender com pessoas!

Tenho vivido isso intensamente nesses últimos dias, como uma pessoa 10 anos mais nova que a gente pode nos ensinar (mesmo que involuntariamente) lições de coragem, ousadia, alegria, preocupação, responsabilidade, instabilidade, vulnerabilidade, carência, dependência, enfim... Há uma infinidade de coisas que tenho aprendido, tudo porque conversamos, tudo porque temos a oportunidade de trocar ideias, porque temos humildade de parar para escutar. Esse é o maior exercício para desenvolver o romantismo, escutar, com humildade e ateção, escutar para aprender, escutar para conhecer, escutar para entender, escutar pra colher sorrisos.

Um comentário:

  1. Que fofo! Realmente... tenho aprendido com mts pessoas... vc sabe que é uma delas, né? Amo vc!

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