sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Não entenda, apenas sinta


Que conclusão pode-se tirar quando você passa seu dia tentando arrumar pretextos para simplesmente ouvir a voz de uma pessoa? E que tantas conclusões mais podemos tirar quando temos mesmo no meio de um furacão você só consegue ficar imaginando o rosto daquela pessoa ansiando o momento em que seus olhos voltarão a cruzar com os dela?

Certa vez ouvi falarem que o que move a humanidade não são as respostas, e sim as perguntas. E o que move o amor? O que move o sentimento? O que desperta o afeto? Qual a lógica? Qual a regra? Acho que nenhuma regra, ou pré-julgamento, ou pré-requisito, ou qualquer outra coisa seja lá o que for, nos dá uma definição do porque e quando nasce um sentimento.

É muito lindo e ainda mais gratificante quando queremos passar momentos em nossa vida observando detalhes em uma pessoa, detalhes da sua beleza, detalhes da sua personalidade, detalhes do seu comportamento, instinto, atitudes, do seu querer, tudo porque gostamos de sua companhia, ou porque gostamos de escutar o som quase rouco da sua voz quando acordando, a nos dar um simples bom dia. Você tem seu primeiro contato com a pessoa sem entender direito o porque, e quando se dá conta começa a ter conversas com ela que te deixam flutuando.

Ai vem aquele momento em que, após uma conversa que durou pouco mais de uma hora, você vira as costas para ir embora depois de ter tentado se despedir da pessoas três vezes, e ainda surgirem assuntos para você estender um pouco mais a conversa, e nesse momento que você está indo até o vento que bateu de leve no seu rosto vira pretexto pra você virar pra traz e olhar mais uma vez para aquela pessoa de quem você não queria tirar os olhos. Você pega em suas mãos o celular, começa a mexem em uma coisa qualquer, que você não precisava mexer aquele momento, só pra parecer que está com a cabeça em outro lugar e não mais ali, nos olhos daquela pessoa, naqueles olhos que tem uma cor e um desenho absolutamente únicos e que haviam acabado de te hipnotizar.

Andando firmemente em direção ao seu carro sem prestar atenção em nada, somente concentrado em não olhar pra traz pra não demonstrar fraqueza e não voltar correndo e querer abraçar e beijar com muito entusiasmo aquela pessoa, e você pisa em uma poça d’água que suja toda sua perna de água e lama, e nem assim fica bravo, apenas manda um sms para ela rindo da situação, mas em momento nenhum fala que foi por causa dela que você acabou de fazer tal trapalhada. E pouco tempo depois seu coração está com tanta saudade, que você não tira as mãos do celular esperando receber uma mensagem, e olhando para a tela que apaga, e você fica reacendendo, e você fica pensando em que desculpa vai arrumar pra poder olhar para aquele rosto novamente ainda hoje, pra poder olhar melhor para aqueles olhos, pra ver se dessa vez você consegue lhe roubar um beijo (porque beijo roubado é uma delícia).

Você vai dormir pensando em como seria maravilhoso que aqueles olhos fossem a última imagem do seu dia, e ainda melhor se você acordasse com aquela voz rouca sussurrando em seu ouvido, trazendo a você toda a motivação de que você precisa para seguir em frente, mesmo com a vida virada do avesso. Você coloca um belo sorriso no rosto e segue, com a imagem daqueles olhos permeando seus pensamentos, sim aqueles olhos que, quando elogiados produzem nos lábios um sorriso envergonhado, mas lindo, gracioso, encantador, hipnótico.

E assim o seu ciclo novamente se inicia, quem sabe? Ou não? Ou sim? Não sei, mas tente. Se não der certo, fique com a lembrança do quanto te fez bem tentar.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Tão Perto e Tão Longe


Uma sensação estranha de parecer conhecer uma pessoa há uns 20 anos, e você conversa com ela a menos de 20 dias. A possibilidade de confabular sobre assuntos alhures durante o tempo que você estiver acordado é uma dádiva alcançada graças aos tempos de redes sócias e internet. De outra maneira levaríamos muito mais tempo para conhecer as pessoas e descobrir nossas semelhanças e diferenças. Mas graças ao avanço das tecnologias de comunicação podemos desenvolver laços afetivos muito mais rápido.

Isso não quer dizer que sentimos menos necessidade de estarmos perto da pessoa, pelo contrario! Nos dá ainda mais vontade de vê-la e revê-la pra poder trazer pra vida real os laços que têm sido criados no ambiente virtual. Nada substitui um toque, um abraço, o olho no olho, uma conversa num banco de praça ou numa mesa de bar, a chance de você poder tocar na pessoa, de poder perceber reações, de escutar uma palavra dita sem a possibilidade da correção ortográfica do Microsoft Word, aquela palavra que nos faz rir inesperadamente de um assunto que estava sério, e muda completamente o rumo da prosa. Sim, os contatos virtuais só potencializam a vontade de desenvolver uma amizade e um contato ainda mais forte pessoalmente.

Trona-se ainda mais estranha essa sensação quando desenvolvemos um afeto tão grande por uma pessoa que tivemos a chance de ver pessoalmente uma vez só, há pouco mais de 20 dias, e desde então você sente uma necessidade eminente de conversar com essa pessoa, se passa um dia sem dizer oi, sem ficar pelo menos 20 minutos contando como foi seu dia e escutando o mesmo dela, fica um buraco no seu dia.

São coisas assim que nos fazem refletir o quanto somos capazes de nos apegar ao ser humano, são essas as situações que nos convencem das maneiras mais inusitadas de que o ser humano não nasceu pra viver sozinho, de que precisamos um do outro, de que temos a necessidade de conversar, de nos relacionar com as pessoas das mais diversas maneiras.

A cada dia fico mais espantado com o quanto podemos aprender com as pessoas, e é ainda mais incrível saber que sim, podemos aprender com pessoas que não obedecem nenhuma convenção, regra, biotipo, estereótipos ou qualquer outra conotação que remeta necessariamente a um professor, mestre, monge guru ou sei lá mais o que. Podemos aprender com pessoas mais velhas, mais novas, mais altas, mais baixas, pessoas bonitas, pessoas não tão bonitas, pessoas felizes, pessoas infelizes, podemos aprender com pessoas!

Tenho vivido isso intensamente nesses últimos dias, como uma pessoa 10 anos mais nova que a gente pode nos ensinar (mesmo que involuntariamente) lições de coragem, ousadia, alegria, preocupação, responsabilidade, instabilidade, vulnerabilidade, carência, dependência, enfim... Há uma infinidade de coisas que tenho aprendido, tudo porque conversamos, tudo porque temos a oportunidade de trocar ideias, porque temos humildade de parar para escutar. Esse é o maior exercício para desenvolver o romantismo, escutar, com humildade e ateção, escutar para aprender, escutar para conhecer, escutar para entender, escutar pra colher sorrisos.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Certeza do Incerto ?!


Certeza eu tenho de que meu primeiro pensamento desse dia foi a respeito das voltas que o mundo dá, acabamos de chegar à metade da manhã e sou surpreendido com palavras que me deixam simplesmente ofegante. Mas essa truculência na respiração é a ultima reação que meu corpo poderia esboçar, ela veio depois de alguns suspiros, olhar distante a imaginar a expressão desse alguém quando escrevia tais palavras, mãos tremulas suor frio, sensação de palpitações no peito, algumas vontades de sair correndo de onde eu estou e ir até o autor de tais palavras, segurar com os dedos em seu rosto, lhe agradecer olhando em seus olhos e lhe dar um beijo, um beijo que poderia durar todo tempo que meu fôlego aguentasse, até ficarem dormentes os lábios, até o pescoço ficar com câimbra, até as mãos já não saberem mais onde acariciar, até as pernas ficarem fracas e não aguentarem mais sustentar o corpo. Só um beijo assim ficaria próximo (eu disse próximo) de oferecer reciprocidade plena ao que acabei de ler.

Incerto é aquilo que essa corrente de pensamentos pode proporcionar! O nascimento de um sentimento dotado de tanta pureza, no meio de uma realidade perversa e voraz como a que vivemos vem acompanhado de muito medo, medo de doer novamente, medo de pisar em uma terra desconhecida, muito excitante, porém desconhecida. Essa terra pode nos oferecer um abismo, pode nos oferecer uma estrada, ela pode se mostrar de muitas formas, e pode mexer com as nossas mais sólidas estruturas.

Certeza é que não deveríamos nunca ser infiéis ao amor, o amor que tem a capacidade de nos tornar seres humanos melhores, o amor que pode nos fazer experimentar a sensação de flutuar, o amor que tem a capacidade de nos transportar para um mundo especialmente prazeroso, um mundo que cabe embaixo de um edredom, abraçado a quem tornou-se digno de receber de ti tal sentimento, um mundo que te faz ficar divagando por horas, e que pode te desconectar do seu corpo, te levando para uma dimensão onde as sensações são as mais intensas, insanas. Só o amor consegue trazer o intangível para a tangibilidade, só ele é capaz de te fazer experimentar na pele seus desejos mais utópicos, te fazer sonhar de olhos bem abertos.

Incertezas tomam conta dos corações machucados quando eles tentam amar novamente. Incertezas devoram a alma de quem se deu conta de que começou a amar involuntariamente, alguém de quem se tem medo. Medo que não corresponda, medo que corresponda demais, medo que essa pessoa te tire da sua zona de conforto, medo que essa pessoa te ame por um tempo, medo que essa pessoa se vá, medo que ela seja o amor de sua vida, medo de envelhecer ao seu lado, medo que seu sexo seja ruim, ou que seja bom demais, medo que você vicie no seu perfume, medo que você enjoe do seu cheiro, medo que as coisas percam o sentido na sua ausência, medo do inóspito, medo do impressionável, medo do seu próprio medo, ou simplesmente medo de que essa pessoa também tenha medo.

Certezas trazem segurança, a segurança que o colo dessa pessoa te oferece, segurança que você sentiu desde a primeira vez que a abraçou, e viciou em seu toque, e depois disso passou dias e dias lembrando-se do frenesi que a textura da sua pele lhe causava quando em contato com seu corpo, essa mesma segurança que te faz contar as horas pra poder reencontrá-la, e a falta dela na tristeza que te contagia quando você sabe que só vai revê-la na próxima segunda feira, a segurança que ela te transmite em cada palavra que te diz, em cada manifestação de afeto e carinho que seus atos, muitas vezes de maneira involuntária, te proporcionam.

Uma última coisa posso lhe dizer, com toda certeza, não se prive, não reprima seu impulso e seu desejo, se lance, se jogue, viva, fale abrace, beije, se entregue, goze a vida, felicite-se viva e estado de graça. Existem braços estendidos em sua direção, e sim, eles estão estendidos!

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Aqueles Momentos


Aqueles momentos em que você fica fazendo infindáveis cálculos para poder saber quando vai novamente ver aquela pessoa. Aquela pessoa que você conversou poucas vezes e que nessas poucas conversas foi capaz de te roubar o fôlego, foi capaz de te deixar sem jeito.

Aquele jeitinho que a gente fica olhando bobo e atônito para essa tal pessoa, sim essa mesma pessoa que tem um falar delicado, ao mesmo tempo consegue (com suas palavras) atingir lugares em sua mente que te fazem viajar, imaginando cenas, fazendo seu corpo ter reações inusitadas. As mãos começam a suar, o pescoço começa a mexer sua cabeça de forma quase desordenada te deixando com aspecto de preocupado, os pés já não ficam mais fincados no chão e começa a dobrar levemente os joelhos como se houvesse uma força, uma sutil força tentando te tirar do planeta.

Aqueles momentos em que os pensamentos já não estão mais aqui, esses espasmos produzidos involuntariamente já nos fazem sentir até a respiração ofegante, e quando finamente você se dá conta de que está tendo atitudes que te mostram da maneira mais vulnerável e sensível que você poderia estar, já não há mais o que fazer, a outra pessoa já percebeu, e sem saber o que fazer gente fica inseguro. Inseguro?! Sim, o nível de adrenalina no qual está submerso nosso coração nesse momento, nos faz apenas ficar olhando nos olhos daquela pessoa que você quer dar um beijo, um abraço, sentir de perto o cheiro do seu perfume, tocar em suas mãos e suavemente cruzando olhares dizer que esperou por aquele momento, e quer vivê-lo como se fora aquele o momento mais sublime de sua existência.

Aqueles momentos onde faltam as palavras certas pra dizer, isso porque você não sabe se quando dito receberá tal afeição reciprocamente, ou ouvirá aquela que são as palavras que você menos gostaria de ouvir, as palavras que podem fazer em um milésimo de segundo ruir todas as suas expectativas e anseios, aquela palavra que pode fazer você voltar a ficar desacreditado do amor e do afeto por mais alguns dias, meses ou anos.

Aqueles momentos em que você se lembra que não quer novamente machucar seu coração, que nem cicatrizado está do ultimo desamor, você recolhe-se em seu silêncio, sim você alimenta a sua alma com a troca de olhares, mesmo que inocente e desprovida de pretensões alhures, você fica feliz com o simples fato de vez ou outra estar por perto dessa pessoa, vez ou outra lhe dar um beijo no rosto acompanhado de um abraço, só pra sentir novamente seu cheiro, só pra poder colocar seu coração por perto, só pra poder estar perto dos seus olhos, aqueles olhos que pra você são a luz de mil estrelas, aquele olhar que te faz acreditar pó uns instantes que é por você que a lua se derrama pelo mar, aqueles olhos pra onde você gostaria de estar olhando quando voltasse a dizer Eu Te Amo.

Aqueles momentos em que surgem questionamentos intermináveis. É paixão? Amor? Afeto? Desejo? Carência? Pureza? Insegurança? Inocência? Não sei, talvez nunca saiba, talvez queira, talvez não, talvez seja só uma confusão, talvez você esteja desperdiçando a oportunidade de começar uma história com o amor de sua vida, talvez você tenha acabado de desperdiçar ou aproveitar uma oportunidade. Como saber? Use a única coisa que todos os seres humanos têm a sua disposição de igual forma, o Tempo, use o tempo, faça-o trabalhar pra você, e seja feliz.