Tenho andado aturdido com as coisas que vem acontecendo na
minha vida. Infelizmente só tenho me dado conta do quanto minha cabeça está
nesse estado quando tento escrever, faz algum tempo que eu começo a discorrer
sobre qualquer assunto e me perco no meio do assunto, sintomas quase que disléxicos,
e isso tem acontecido com certa frequência infelizmente.
Acho que a razão disso sejam as confusões onde minha mente
está inserida, minha vida na arte passando por momentos de crescimento, ao
mesmo tempo em que passa por instabilidades, momentos de crise e evolução
fundidos em um só e acontecendo exatamente no mesmo instante.
No que diz respeito ao meu coração, ai a coisa complica um
pouco mais, seria muito injusto da minha parte dizer que esse período que já
completa quase dois anos desde o ultimo relacionamento longo que tive não
encontrei ninguém interessante. Pelo contrario, por vezes (poucas vezes)
cheguei a ter envolvimentos afetivos com pessoas incríveis, que me trouxeram
momentos lindos, mas com nenhuma dessas pessoas consegui engrenar um
relacionamento, acho que pelo motivo de que nenhuma dessas pessoas conseguiu
mexer mesmo com meu coração. Sei que a culpa pode ser (e talvez tenha sido
mesmo) minha, eu poderia ter me permitido mais, tentado, insistido, deixado
coisas acontecerem, mas não me senti a vontade para tal, não me senti tocado de
fato.
Acho que talvez seja porque eu vivo a margem de um
inconsciente coletivo que diz que, alguém da minha idade e pertencente a classe
social que eu pertenço tem a “obrigação” de estar com a vida financeira bem
encaminhada, casado (ou próximo disso) pensando em ter filhos e etc etc
etc... Porque isso é tão certo ao ponto
de qualquer coisa que aconteça diferente disso merecer repúdio e julgamentos?
Onde está o verdadeiro livre arbítrio se não podemos escolher o que de fato
queremos para nossa vida?
Não, eu não quero ser um rebelde sem causa muito menos pregar
ideologias vans e sem fundamento, quero apenas poder viver daquilo que escolhi
viver e conseguir construir a minha vida conforme eu acho que me fará bem. Ao mesmo
tempo que quero encontrar alguém que queira me amar pelo que eu sou, e não
porque acha que eu posso oferecer estabilidade financeira, ou porque eu não a
farei passar vergonha quando ela me apresentar aos seus pais.
O maior receio que eu tenho enfrentado ultimamente quando
tento me aproximar de quem estou gostando começa pela realidade vivida por nós,
são universos diferentes e que provavelmente não se encontrariam se ambos não
tivessem uma paixão em comum. Sei que não tenho propriedade o suficiente para
julgar e, com o meu julgamento definir se teríamos um relacionamento bom, ruim,
curto, duradouro, enfim... eu não sei as respostas, mas as perguntas que me
faço me deixam sempre muito receoso, e o fato de eu ainda ter alguns problemas
com rejeição, não gozar de toda auto confiança de que preciso e, especialmente
por não gostar de ouvir um não, ainda não falei a ela abertamente o que sinto
ou o que quero, com isso não consigo ter a menor noção se existe reciprocidade,
interesse, atração ou qualquer outra coisa parecida.
Passo o tempo tentando criar meios que me aproximem,
inventando motivos aleatórios para ter o que conversar só pra ver se pesco
qualquer informação que me dê o mínimo de segurança pra eu lhe falar
abertamente.
Se isso está certo ou errado? Não sei, não sei mesmo! Mas
por hora não vejo alternativa a não ser deixar o tempo fazer todos os reparos
que precisam acontecer, e até que isso aconteça eu torço para que as coisas ao
meu redor não acabem por me engolir, tirarem minha paz e minha vontade de
aprender e acertar. A esperança que me trouxe até aqui é a mesma que permeia
meus pensamentos, que me faz gostar da minha vida mesmo cheia de imperfeições e
problemas porque sei que as coisas vão dar certo e que eu vou voltar a passar a
maior parte do tempo sorrindo a chorar. Quem sabe seja essa esperança que me
faça sonhar, sonhar o mesmo sonho repetidas noites, repetidas vezes. Avante!
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