Eu gosto muito de conversar com as pessoas, especialmente
com meus amigos porque sempre acabo aprendendo com eles, com o que falo, com o que
escuto e com as discussões. Esses últimos dias têm me servido para fazer
algumas analogias, e uma delas é a do título desse post.
A maturidade vai nos fazendo ficar cada vez mais receosos em
nos entregar a um amor, e se não dosarmos isso direito chega a um ponto em que
sentimos saudades de uma paixão ao mesmo tempo que sentimos medo dela. Sim eu
também acho isso tudo incoerente, mas todas essas coisas são importantes para a
construção do que e quem somos. Precisamos passar por isso, precisamos amar,
ser amados, alegrar-nos e até sofrer, sem isso só teremos conselhos furados e palavras
vazias.
O amor algumas vezes se torna em nossa vida uma coceira de
frieira, é daquela frieira que dá entre os dedos do pé que estou falando
(desculpem, não sei o nome científico e nem o nome que se dá em outras regiões
do Brasil). Essa coceira é aquela que, quando sentimos vontade de coçar
imediatamente pensamos que, se realmente coçarmos, no dia seguinte aquela
ferida vai estar maior, mais profunda e dolorida, mas o prazer que sentimos no
momento em que estamos coçando, nos faz até esquecer por um momento o quanto
estará doendo no dia seguinte, chegamos a fazer aquela cara que nosso
cachorrinho faz quando recebe cafuné de tão boa que é.
Quantas vezes nossos relacionamentos não acontecem
exatamente assim? Mesmo tendo N motivos para acreditar que aquela pessoa mais
cedo ou mais tarde te fará sofrer, você permanece ao seu lado, simplesmente
porque o bem que ela te faz naquele momento em que te abraça, te beija, passa
por você e te faz sentir seu cheiro, ou simplesmente te telefona ou envia uma
mensagem faz você tirar os pés do chão por alguns instantes e se sentir
flutuando, de tanta alegria e prazer.
Por mais que você saiba que esse relacionamento é
potencialmente prejudicial á sua sanidade e equilíbrio, você o vive. E não
estou dizendo que isso está errado, pelo contrário, nossa vida foi feita para
ser vivida, precisamos vivê-la, precisamos viver experiências, passar por inúmeras
situações para que isso nos ajude a ser pessoas melhores.
É lógico que o desejo daqueles que nos amam, especialmente dos
nossos pais, é que sempre sigamos seus sábios (e não estou sendo irônico)
conselhos, mas onde estaria a graça da vida se fossemos engessados e algemados
em um mundinho perfeito? Errar nos faz fixar muito melhor o aprendizado do que
o acerto. Precisamos errar, somos seres humanos e não podemos achar que seremos
perfeitos. Não devemos é insistir no erro, isso pode inclusive nos matar, matar
nosso corpo e nossa alma (o que eu acho o pior de tudo).
Insistir no erro é o mesmo que cercear o seu próprio direito
de sorrir, é tão trágico quanto. Errando ou acertando, tente aprender com as
suas experiências, tire o que elas tem de melhor pra lhe oferecer, e viva! Viva
intensamente aquilo que é seu, que foi dado a você, e que só você pode fazer
ser boa ou ruim. A sua vida!
Olá Raphael, tive o privilégio de ler dois d seus textos e amei seu blog. O texto acima é a descrição perfeita de nossa real vida, de nossos medos e anseios. O parágrafo final assemelha-se muito com o que penso a respeitos de nossas falhas, me identifiquei bastante. Parabéns pelo blog! O estou seguindo.
ResponderExcluirPuxa, obrigado mesmo Cris, fico imensamente feliz quando leio comentários como o seu. sinta-se a vontade para ler, opinar, palpitar, aconselhar e dizer o qu quiser... a casa é sua! e obrigado novamente :)
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