O tempo. Ah, o tempo! Aquele que pode ser o grande vilão dos
relacionamentos pode também ser aquele que vai nos fazer viver o resto da vida
com alguém especial. É potencialmente confuso pensarmos que o mesmo elemento
pode tanto ser um aliado quanto um grande inimigo, sendo algo imutável e sob o
qual não exercemos controle quanto a sua concepção e execução.
O primeiro exemplo disso quero dar através de um exemplo que
vi acontecer recentemente, mas que já vi acontecendo várias vezes, inclusive
comigo. Não são raras as vezes que nos interessamos por alguém que, por nos
achar atraente, ou apenas uma boa opção, acabam esboçando uma falsa
reciprocidade. Chamo de falsa reciprocidade porque, a pessoa pode até receber
seus beijos, seus carinhos, por só te achar bonito e interessante, mas não está
disposta a nutrir um sentimento com a mesma intensidade, e isso faz com que ela
não de tanta importância assim ao que você sente. Mas não são raras as vezes
que, após a pessoa ter se conscientizado de que quem estava de fato interessado
por ela é alguém especial ela acaba começando a gostar, e o problema reside no
fato de que, ela começa a querer retribuir o sentimento no memento em que você
deixou de gostar. Sim, isso acontece com mais frequência do que se imagina, e
com isso lindos casais deixam de ser criados por que as pessoas estão em
momentos diferentes.
Outro exemplo que também vi acontecer bem próximo a mim
recentemente foi quando duas pessoas começaram a se relacionar, a principio com
um “acordo de cavalheiros” de não tornar esse relacionamento público com o
intuito apenas de não gerar falsas expectativas nas pessoas, não gerar nenhum
tipo de especulação maledicente até que o embate viesse a ter sucesso. Era o
que se imaginava a principio, mas o que se viu foi esse comportamento de uma
das partes apenas, enquanto a outra não queria tornar o relacionamento público
simplesmente para não deixar de ter oportunidade de ficar com outras pessoas,
nutrir sua "solteirice libertina" e não perder a chance de ficar com outras
pessoas que assim como ele(a) não prestam. Esse tipo de atitude causa uma
comoção em todos que estão ao redor, porque nunca é de bom tom fazer isso, nem
com uma pessoa ruim, quanto mais com alguém que tem um coração de ouro, que tem
as melhores das intenções e que tem um desejo eminente de fazer o outro feliz.
Mais um exemplo que vi recentemente foi quando um casal, que
se ama, em que ambos nutrem reciprocamente o mesmo sentimento, e no desejo de
deixar as coisas com um pouco mais de risco ou simplesmente tentar ao cair em
rotina, acabaram estabelecendo uma sistemática de joguinhos, daqueles em que se
tenta causar ciúmes e uma certa dose de insegurança, pra tentar fazer a pessoa
correr atrás, se mostrar mais interessada e solicita. Acontece que se perdeu o
controle desses joguinhos, e hoje um não consegue mais conviver com o outro sem
achar que o que está sendo feito pode não ter o objetivo imaculadamente
indagado, não há mais aquele clima harmonioso e livre em que um podia fazer
qualquer demonstração de sentimento sem que seja julgado de 3 ou 4 maneiras
diferentes. Eles acabaram terminando, e voltando, e terminando e voltando e te hoje
estão nesse imbróglio porque, mesmo enjoados desses joguinhos, eles ainda se
amam. E que louco é o amor não é?
Observando essas historias pude chegar a algumas conclusões.
Primeiro, seja transparente. Se você não está ou não disposto a se envolver, a
ser recíproco ou se entregar, demonstre isso desde o começo, deixe as coisas
claras desde o começo, não é porque uma pessoa gosta de você que a partir daí
você tem obrigação de corresponder, mas não é de bom tom enganar ou gerar
falsas expectativas em ninguém, por pior que a pessoa seja e por mais que ela
mereça. Nunca esqueça que a gente colhe tudo que planta.
Segundo, esteja certo de qual é o seu momento de vida. Se decida
quanto ao que você quer nesse momento e assuma isso. Se você que “aproveitar” a
vida fazendo festas, ficando com gente aqui e ali, isso não quer dizer que você
não presta nem que você está errado, só se torna errado quando você demonstra
algo diferente disso para alguém que quer manter por perto simplesmente para nitrir
seu ego. Então se assuma, não engane ninguém, e mais uma vez repito, não gere
nas pessoas falsas expectativas porque sim, você vai acabar colhendo o que está
plantando.
Terceiro e não menos importante, se você ama alguém de
verdade e sente reciprocidade, faça um favor pra si mesmo e para essa pessoa,
não brinque com seus sentimentos, não faça dos joguinhos uma rotina, porque se
não você vai acabar perdendo o seu amor para si mesmo. Pode soar estranho isso
mas é verdade, se você cansar o amor dessa pessoa você pode perdê-la com suas atitudes, sem que ela procure um
novo amor ou algo do gênero, ela simplesmente vai se cansar de você e de seus
jogos. Então me prometa uma coisa, não lute contra si mesmo, lute contra aquilo
que te faz mau porque o restante são as coisas que te fortalecem e te dão
condições para continuar plantando boas sementes e colher bons frutos.